Arquivo do autor:anitanegreti

Vamos fazer um churrasco?

A descoberta do churrasco é tão antiga quanto a descoberta do fogo. O homem, ao caçar o seu alimento, desenvolveu formas mais saborosas, macias e de digestão mais fácil de suas presas. Com a evolução da humanidade, o preparo da carne também evoluiu,  recebendo inúmeros molhos e temperos das mais variadas ervas.

Porém, não só o preparo evoluiu, como o intuito também. Na dissertação de Mestrado “Além da carne assada sobre brasas: os elementos da experiência de consumo do churrasco“, o autor diz:

“Muito da origem do churrasco moderno parece provir justamente de uma grande fartura do seu principal insumo, a carne de gado. Se, antigamente, está refeição cumpria um papel meramente instrumental e de otimização dos recursos disponíveis em campo aberto, com o passar do tempo, por outro lado, adquiriu simbolismos provavelmentes antes inexistentes.”

E ainda completa com uma definição bem simples e clara, sobre o que é um churrasco:

“O churrasco nada mais é do que carne assada sobre brasas, [mas] possui um forte valor simbólico, [sendo] uma manifestação eloqüente, ou seja, uma prática cultural significativa para a sociedade, expressando julgamentos e valores bem como formas de sociabilidade e de organização grupal.”

Para nós brasileiros, o churrasco é paixão nacional! Em dia de futebol, de casamento, aniversário, domigo ou dia santo. É fácil, prático e super saboroso e além disso, todo mundo já sabe algum bom truque para deixar uma carne dura mais macia, uma maneira de deixar a carne mais temperada ou um método super fácil de acender a churrasqueira.

 

Além dessas dicas, para auxiliar o seu churrasco, existe um site http://www.calculoparachurrasco.com.br/ que ajuda você a calcular quando de carne será necessário pra o número de convidados do seu evento.

E é claro, nenhum bom churrasco acontece no silêncio. Tem que ter boa música e boas companhias!

Além paladar…

A apresentação de um prato vai muito mais além do que uma simples preocupação com simetria ou estilo.  Do que saber combinar cores e texturas. É uma arte, expressa com ingredientes selecionados e preparados com a técnica apropriada, sem esquecer que é preciso  conhecer o público ao qual essa refeição será oferecida.

“Feche os olhos e abra a boca” é muito pouco aceito. É preciso que o prato atraía os olhos e o olfato, para que depois atraía a barriga. Estes outros sentidos precisam abrir o apetite, para que assim, o paladar possa aproveitar desta explosão de sabores.

Heiko Grabolle, chefe alemão, radicado no Brasil, é conhecido pelo seu profissionalismo, dedicação e criatividade expressa em sua gastronomia fresca e saborosa através de imagens.  Em seu blog, http://heikograbolle.wordpress.com/, são dadas algumas dicas de como se apresentar um prato:

“Clareza – Quanto menos, melhor é! O olho define o prato. Sem perceber já existiu uma análise pelo cérebro do que tem no prato para comer. As vezes o chef quer decorar o prato mas esquece que o olho se confunde com muitas cores e estruturas num pratos só. O olho precisar ter possibilidade de ler um prato. Deixe o alimento visível e não esconda as técnicas usadas na produção. (Não cubra tudo com molho! – aproveite o molho para acompanhar não para dominar o prato)

Altura – Você pode escolher morar no segundo andar ou na cobertura. Qual é a sua escolha? A maioria vai escolher, cobertura. Um instinto antigo de proteção e poder. Deixe seu prato crescer, às vezes com uma simplicidade de dois ramos de cebolinha.

Limpeza – O olho é um sensor muito aguçado. Qualquer sujeira (como por exemplo, gordura espalhada nas bordas que brilha na luz da lâmpada, molho talhado ou demasia de elementos no prato) confunde a clareza e o efeito desejado se perde.

Textura – a escolha da textura é fundamental, pois é a sensação mais marcante. Definir o que será crocante, o que terá cremosidade e o que deverá ser mastigado, depois disso é definir o método de cocção. Uma curiosidade que vale a pena saber é que a comida que faz barulho ao mastigar atrai a todos, principalmente as crianças. Pois o barulho envolve a audição além do paladar, promovendo mais saliva e com isso mais sensação.”

Em O LIVRO DAS MARAVILHAS DA CIÊNCIA de Henry Thomas, a ciência provou que a preparação para a digestão começa com o olfato:

“Em primeiro lugar, o nariz olfateia a comida e nos diz se é agradável ou não ao nosso gosto. Se o nariz aprova a comida, a boca começa a “aguar” em resposta. Começa então o processo da digestão, por meio de uma agradável antecipação, mesmo antes de havermos provado o primeiro bocado.”

E ainda, por meio de belas fotografias, o artista Ryan Matthew Smith consegue nos fazer babar com imagens suculentas e saborosas, eternizando estas obras de arte, brincando com a velocidade do diafragma de suas lentes. Em seu site podemos apreciar algumas destas delícias.

Conheça: http://www.ryanmatthewsmith.com/

 

Mãos à massa

Nosso Projeto de Extensão Memória dos Paladares está crescendo, pegando forma e ficando saboroso!

Depois do Workshop ocorrido nos dias 9 e 10 de fevereiro, a equipe absorveu muito do conteúdo transmitido pelos coordenadores do projeto, pelas bibliografias indicadas e, principalmente, por este blog!

Agora, nós da equipe de Tecnologias sociais e culturais precisamos dar energia pra crescer e fermentar ainda mais! E já temos algumas tarefas definidas:

– Precisam ser feitas 2 listas com artigos a serem comprados para os laboratórios práticos. Uma lista de alimentos (dos mais variados sabores) e uma lista de utensílios domésticos para a execução das tão esperadas receitas.

– Montagem de um cronograma, para que haja periodicidade nas publicações no blog e nos encontros da equipe, gerando um maior entrosamento, comprometimento, racionalização do trabalho e bons resultados.

– Iniciar a preparação das visitas de campo e dos roteiros das próximas entrevistas.

Esse é apenas o ínicio de uma jornada suada e suculenta! Vamos nos dar ao máximo, para compartilharmos com a comunidade os sabores e saberes que existem entre ela e a UFABC!

Comentem! Critiquem! Degustem!